22 outubro 2010

"Fase Negra"

 
Pablo Picasso, Les demoiselles d'Avignon, 1907.
Óleo sobre tela, 243,9 x 233,7 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA.

  Consciente da vitalidade e da simplificação das formas, assim como das distorções expressivas, Picasso criou Les demoiselles d'Avignon - que repercutiu intensamente no cenário artístico - e classificou essa e outras obras subsequentes de "fase negra".

  Por volta de 1920, as galerias de arte de Paris encheram-se de esculturas, talhas, máscaras e outros objetos procedentes do continente africano, cuja história e estética eram até então pouco conhecidas pelos europeus. Essas obras vindas da África e dos mares do sul, portadoras da grande forças emotiva e criadora, só foram reconhecidas por artistas modernos no início do século XX.

 

Por causa do tráfico de escravos, a cultura africana das mais diversas tradições penetrou no Brasil e se misturou no grosso caldo da cultura brasileira.

  Com os modernistas, especialmente com os estudos e viagens de Mário de Andrade, nasceu a preocupação em valorizar nossas heranças culturais africanas, indígenas e as oriundas da arte popular, que resulta da mistura de todos esses povos.

  Em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, a necessidade de proteger o patrimônio histórico e artístico foi reconhecida, graças a Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde. Foi criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), a partir de um anteprojeto de lei de Mário de Andrade. Hoje, o órgão denominado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é responsável por proteger, tombar, fiscalizar, restaurar, identificar e preservar os bens culturais do País.

Caderno do professor: arte, ensino fundamental - 7ª série, volume 4/Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini - São Paulo: SEE, 2009
Rubem Valentim. Marco sincrético da cultura afro-brasileira, 1978-1979. Concreto armado, 820 x 260 x 60 cm. Praça da Sé, São Paulo, SP.
Rubem Valentim (Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1991). Escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, com Mario Cravo Júnior (1923), Carlos Bastos (1925) e outros artistas. Em 1953 forma-se em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Reside em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM. Em 1966 participa do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim. Em 1979, Valentim realiza escultura de concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro-brasileiros para a Casa da Moeda do Brasil. Em 1998 o Museu de Arte da Moderna da Bahia - MAM/BA inaugura a Sala Especial Rubem Valentim no Parque de Esculturas.






Um comentário:

  1. Oi professor césar aqui e a Giovanna DA 5°C adorei o eu blog com postagens muito legais parabéns

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