12 dezembro 2009

Feliz Ano Velho

Palestra com Walter Miranda

Este foi um ano produtivo, com a criação do Blog como apoio das aulas de Arte. Aqui estão alguns dos melhores momentos de 2009. Estréia do nosso aluno William Damasceno no teatro, com a peça de Oswaldo Montenegro, A Dança dos Signos, do curso de teatro Oficina dos Menestréis:




Melhores trabalhos do projeto Ópera Urbana:











17 outubro 2009

nostalgia da modernidade

"Nos anos 60, queriam derrubar o sistema. Hoje, o sistema cai um minutinho e a gente fica logo revoltado." (Washington Olivetto)
1960 - 1970
OS ANOS 1980
OS ANOS 1990

INDIVIDUALISMO GLOBALIZAÇÃO INFORMAÇÃO .
CONTEMPORANEIDADE
ECLETISMO NIILISMO INTERTEXTUALIDADE



22 agosto 2009

Ópera Urbana


Ópera Urbana é uma coleção de livros das edições SESC e da editora Cossac Naify, composta por quatro volumes: Cidade dos deitados, Surfando na Marquise, Avenida Paulista e Montanha Russa. A coleção trata do quotidiano da vida urbana e, para divulgá-la, as editoras lançaram um site interativo aberto a todos os públicos.


Para participar acesse o site http://www.operaurbana.com.br/ e procure no link Escolas as tarefas propostas no nome do professor José César Bardelli. Antes de publicar no site, farei um filtro com as melhores tarefas adequadas ao tema. Portanto, não envie diretamente para o site, envie para mim sua foto, texto ou vídeo. A participação valerá nota na disciplina de Arte no 3º bimestre. Escolha apenas uma dentre as tarefas propostas.


Fotos Gislene Bosnich Estação da Luz

Você verá que, apesar de interessante, o conteúdo dos livros é um tanto elitista, pois, as histórias se concentram no Ipirapuera, Av Paulista, Vila Mariana e Centro de São Paulo. Isto também se percebe pela entrevista dos autores. Não estou dizendo que você precisa abordar a periferia, mas que não é necessário se prender ao conteúdo dos livros. Seja criativo, leia bem a proposta e todo o conteúdo do site antes. A tarefa está relacionada com o conteúdo programático, em particular, o estudo do espaço, as intervenções artísticas, artes visuais e novas tecnologias.

Coleção Ópera Urbana

08 julho 2009

Ilha das Flores

"Pra não dizer que não falei das flores":


20 junho 2009

Walter Miranda

Você já ouviu falar muito sobre ele. Está na hora de saber o que faz o "lendário" Walter Miranda:



Ele é um artista plástico versátil, dinâmico e irrequieto que está sempre atualizando suas obras a fim de retratar a mudança dos tempos. Quando começou sua carreira, trinta anos atrás, suas obras abordavam o contexto da ditadura militar, assim como das manifestações estudantis, que abriram as portas para a democracia no país, movimento do qual ele também participou ativamente. Prova de contato (foto) A força do argumento e O preço da liberdade são deste período.



Na década de 1980, criou a série Estigma de George Orwell, trabalhos inspirados no livro 1984 do escritor bitânico George Orwell (pra quem não sabe de onde se tirou o nome Big Brother). Totalitarismos, supressão da liberdade, controle sobre o indíviduo sob o olhar do "Grande Irmão" chefe do Estado são os temas do livro e da série de Walter. E, por falar em alienação, ele também produziu a série A Taça não é nossa - o futebol, tema de alienação por excelência no nosso país.


E o que se faz com a liberdade a duras penas conquistada? Os rumos que o século XX haveria de tomar estão bem retratados nas obras do escritor Aldous Huxley e foi inspirado em seu trabalho que Walter produziu a série Admirável Mundo Novo, em 1986. O desequilíbrio, a alienação e o uso da tecnologia são amplamente abordados. Walter começa a utilizar a proporção áurea em seus trabalhos, associados a elementos da natureza, como folhas, terra, areia, sementes etc. À tradicional técnica de pintura à óleo foram incorporadas imagens digitalizadas e vários elementos do cotidiano tecnológico como placas de computador, chips, hds, processadores etc. Seus trabalhos remetem a reflexões acerca da degradação do meio ambiente e do uso consciente da tecnologia.




A partir da década de 1990, com o mundo já transformado na grande "aldeia global", seus trabahos voltaram-se para o planeta, como um todo. O Projeto Seattle: Exaltação à Gaia, de 1996, é um trabalho de envergadura ecológica, enfatizando o respeito pela Natureza, como Mãe-Terra, daí o nome Gaia (personificação da terra entre os gregos antigos). Elementos da natureza estão novamente presentes (como folhas, terra...), as cores são mais vivas e uma bonita plasticidade é agregada com a representação dos bailarinos, outro elemento constante. A inspiração para este trabalho foi a "Carta do cacique Seattle".



Na virada do milênio, a série Admirável Nova Idade Média solidifica o aprimoramento visual das obras, cujo tema é o quotidiano dentro do mundo tecnológico. Admirável Novo Milênio, o trabalho seguinte, explora além do hardware, o software. Com obras elaboradas a partir dos recursos da computação gráfica, Walter sugere um contraponto entre o real e o virtual, ao misturar nas composições elementos reais e formas que só existem no computador. A partir de 2001, o artista se dedica à criação de obras-objeto, como O livro de Gaia. Participa também da exposição coletiva "450 anos de São Paulo" promovida pelo SESC.


A partir de 2007, desenvolveu a série O Estigma do chefe Seattle na qual a Terra é representada pelo próprio globo, num mundo já sem fronteiras. O destino incerto do planeta, mostra que a Terra foi sucateada pelo homem, ao contrário do apelo do velho cacique. Para demonstrar isso, a série emprega sucatas na composição dos quadros como palitos de fósforos, lápis apontados e a própria terra, assim como outros elementos da natureza já presentes em obras anteriores e as placas de computador, sua marca indelével.

Como uma síntese dos trabalhos anteriores, Walter fecha um ciclo, mostrando no que o mundo se transformou desde os tempos da repressão no limiar da abertura democrática. Nada muito diferente do já preconizado por George Orwell ou pelo cacique Seattle: a Terra submetida aos caprichos da sociedade de consumo e o mundo sob o domínio de um único "Big Brother", o capital.

E agora prepare-se para conhecê-lo pessoalmente. Ele também já ouviu falar sobre você

15 maio 2009

Virada Cultural 2009

Nos dias 2 e 3 de maio aconteceu, como todos os anos, a Virada Cultural em São Paulo. Dois dias de Arte e Cultura na cidade toda com eventos para todos os públicos e gostos com preços acessíveis e, na maioria das vezes, gratuito. A idéia de 24 horas de Arte na cidade, nasceu a partir das Nuits Blanches (noites brancas) de Paris, um evento idêntico que acontece na França, e que foi "importado" para São Paulo por iniciativa da, então prefeita, Marta Suplicy.


E, como todos os caminhos levam à França, 2009 é o Ano da França no Brasil, motivo pelo qual a "Virada" deste ano contou com a participação de muitos artistas franceses. Abaixo, foto de uma intervenção urbana, chamada Instalações do Fogo, com a companhia francesa Carabosse, no Jardim da Luz:


E o que é o Ano da França no Brasil? A França realiza, todos os anos, um envento que conta a presença de artistas de diferentes países do mundo a fim de levar a conhecer a Arte e a Cultura de outros povos, Ano da China, da Coréia etc. Em 2005, foi o Ano do Brasil na França. Vários artistas brasileiros se apresentaram em cidades francesas, levando nossa Arte e nossa cultura para lá. Em retribuição a este fato, o presidente Lula decidiu abrir este espaço para que, em 2009, artistas franceses venham para o Brasil, mas também o evento será enriquecido com colóquios, seminários, congressos, ou seja, eventos acadêmicos de grande porte e de alta qualidade. É uma oportunidade e tanto, já que muitos deles são gratuitos. Veja programação clicando no link abaixo:




Por falar em acessibilidade, um dos primeiros eventos do "Ano da França" que aconteceram em São Paulo foi a apresentação da Orquestra Sinfônica de Champs Elysées no SESC Itaquera, transmitido ao vivo pela TV Cultura.



Trata-se de uma orquestra grandiosa e que se apresentou gratuitamente. A mesma apresentação se repetiu no dia seguinte na Sala São Paulo, com ingressos que chegavam a duzentos e setenta reais. Um verdadeiro espetáculo democrático! Sabe aquela história de ópera para os ricos e hip hop pra periferia? Então, esta não é a verdadeira democracia porque determina o tipo de Arte a qual você pode ter acesso e direito de produzir também. Será que um jovem da periferia poderia, se quisesse, se tornar um grande maestro? Pense nisto. Não deve existir uma Arte para a classe dominante e uma outra, para os pobres. A Arte deve ser acessível a todos igualmente, isto significa com os mesmos eventos acontecendo em diferentes lugares da cidade e não diferentes eventos conforme o lugar. Se a cultura da cidade tomasse o exemplo da França, teríamos os grandes espetáculos também ao nosso alcance. Isto sim seria uma grande Virada Cultural. Vira São Paulo! E vive la France!

Postado por Cristiane

10 maio 2009

Woodstock

O Festival de Woodstock foi um dos maiores festivais de música já realizado, com a presença de quase meio milhão de pessoas, durante três dias de agosto de 1969, enquanto todos ainda falavam sobre o homem ter pisado na lua, um mês antes.


O evento se chamava Feira de Arte e Música de Woodstock ou Primeira Exposiçao Aquariana e seria realizado em Woodstock-NY, mas foi deslocado para Bethel-NY, que se tornou centro de contra-cultura do momento. O slogan inicial era "três dias de paz e música", mas foi modificado para três dias de paz e amor.

O caráter do evento como mentalidade aberta e postura anti-guerra foi latente em todo o festival e sobretudo, quando Jimi Hendrix tocou o hino nacional dos EUA misturando som de metralhadoras, granadas e helicópteros, referindo-se à Guerra do Vietnã. A pomba se tornou símbolo do festival e paz e amor o slogan dos hippies dos anos 1970.


27 abril 2009

Bossa Nova dream

Antes dos anos 1950, a música popular brasileira era representada basicamente pelo samba, composto de ritmos binários e repetitivos e tendo a percussão como instrumento. Este era o estilo apreciado pelo povo, enquanto as classes dominantes ouviam o samba-canção: baladas compostas em ritmos simples, harmonia padrão e letras melodramáticas. Havia também a valorização das "grandes vozes", o cantar empostado, forte. Foi então que a Bossa Nova surgiu, como uma grande "onda que se ergueu no mar", entre as décadas de 1950-60, no Rio de Janeiro, particularmente, em Ipanema e Copacabana.


As inovações musicais, propostas pela Bossa Nova, modificaram o samba tradicional sensivelmente, com variações de harmonia, melodia e ritmo, que se tornou mais lento. A batida inconfundível do violão de João Gilberto e seus acordes dissonantes influenciou e foi influenciado pelo jazz. Surge, então, o conceito do "canto- falado", do cantar baixinho e a música brasileira se encheu de suavidade, brasilidade e leveza. Ao agregar valores da música erudita ao repertório popular - sobretudo com Tom Jobim ao piano - o movimento cresceu e, como um tsunami, avançou muito além das areias de Copacabana: a Bossa Nova ganhou o mundo. Garota de Ipanema é a segunda canção brasileira mais interpretada no mundo: mais de 150 gravações.


Vinícius não pode ser esquecido. Por fim, é importante dizer, a Bossa influenciou enormemente o Tropicalismo, que acrescentou às inovações musicais, o conteúdo engajado, num casamento perfeito. Caetano Veloso, grande admirador e discípulo de João Gilberto, disse certa vez sobre a Bossa Nova: "Melhor que isto só mesmo o silêncio, melhor que o silêncio, só mesmo João". Viva a Bossa ça ça!


50 Anos depois:


Exposição Bossa na OCA (2008)

Ouça www wave


21 abril 2009

Tropicália


Com "plantas, araras, areia e pedrinhas" Hélio Oiticia tentou criar um cenário tropical para a arte brasileira, colocando-se em oposição às tendências européias e norte-americana da Pop Art. E criou a instalação acima, chamada "Tropicália" e, quase que sem querer, batizou um movimento que viria surgir logo depois.




A "Tropicália" de Caetano Veloso não foi exatamente um movimento articulado, ou seja, criado com intenção de ser um movimento. Todas as coisas que estavam acontecendo no momento, anos 1960, convergiram para o que se denominou a posteriori "Tropicalismo" ou "Tropicália". Depois da exposição de Oiticica, Caetano criou a música de mesmo nome na qual captou a proposta contida na obra-ambiente transportando-a para a música em forma de "poema-paisagem" no qual desfilam vários ícones de brasilidade arcaicos ou modernos, e "inaugura o movimento no planalto central do Brasil".
Na canção intitulada "Tropicália", Caetano fez um paralelo com a instalação Tropicália ao descrever o "monumento-Brasil" com todos os elementos típicos da brasilidade, que afinal era o tema central do tropicalismo e das artes da primeira metade século XX. "A Banda", de Chico Buarque, "da da", referência ao dadaísmo e IRACEMA, de José de Alencar, um anagrama de AMÉRICA.

Contudo, o "tipicamente brasileiro" não era assim tão óbvio antes de o Tropicalismo inventá-lo. Na década de 1960, os artistas se colocaram na linha de fogo, entre o conservadorismo burguês, de um lado, e o nacionalismo/ufanismo, de outro. Sabe futebol, carnaval e outros clichês? Então, isto é o que quer dizer ufanismo ("orgulho de ser brasileiro") e não era bem esta a proposta de brasilidade, pois entendia-se que isto tudo só servia para alienação - leia-se: desviar a atenção do povo das coisas sérias e sujas. E, por falar nisso, em 1968 saiu o álbum Tropicália ou Panis et Circenses, no tempo em que "os Mutantes" era mais do que novela chinfrim e a Record lançava novos baianos como Gil e Caetano.

Rita Lee em Os Mutantes (1972)
Não foi apenas a exposição de Oiticia que inspirou Caetano a compor Tropicália. Ele diz ter sido influenciado pela poesia pau-brasil e pelo antropofagismo. E, além disso, ele compôs a canção uma semana antes de assistir O Rei da Vela - peça de grande impacto, encenada pelo Grupo Oficina e dirigida por José Celso Martinez Corrêa, em 1967, a partir da obra homônima de Oswald de Andrade. Uma ruptura sem precedentes se concretizava na cena artística brasileira, com pessoas de grande potencial crítico e criativo. Mas eis que chega a Roda Viva e carrega a Tropicália pra lá... a ditadura militar acabou com a festa tropicalista.

31 março 2009

Arte Pública



Um termo que entrou para o mundo da Arte nos anos 1970 foi o da "Arte Pública". O que vem a ser ela? As manifestações realizadas em locais públicos, nas ruas, nas praças, que são de acesso livre, ou seja, fora dos espaços tradicionalmente reservados para exposições, como os museus e galerias. O objetivo principal é modificar o próprio espaço onde a manifestação acontece, uma interferência portanto. Assim, os artistas almejam transformar a paisagem cotidiana de forma a recuperar algo da degradação do espaço urbano. Esta forma de expressão artística insere-se na perspectiva da Arte contemporânea e se manifesta em forma de instalações e performances, em diferentes linguagens: dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura...


Agora que o pós-moderno já é passado, a Arte pública foi parar no museu. Na foto, instalação do artista brasileiro Hélio Oiticica na exposição intitulada "Hélio Oiticica: the body of colour", em Londres, junho de 2007.

29 março 2009

Basquiat

Jean Michel Basquiat (1960-1988) tem um nome incomum para um artista de Nova Iorque. Negro e de origem latina, ele foi mais um afro-americano desenraizado na "Big Apple".

Antes de emigrar para os Estados Unidos, seu pai foi ministro no Haiti e sua mãe nasceu em Porto Rico, onde ele morou durante dois anos, quando jovem.

Não por necessidade, mas por rebeldia, Basquiat viveu nas ruas de Nova Iorque durante um bom tempo enquanto grafitava os muros da cidade. Sua arte tem muito a ver com as manifestações dos anos 1980 como o hip hop,o new wave e o graffiti.

Aos poucos, ele se tornou famoso e, com o tempo, foi para a TV e para o cinema. Mas foi, sobretudo, sua amizade com o badalado artista Andy Warhol, que levou sua Arte para as grandes exposições e museus mais importantes do mundo.


Basquiat e Andy Wharol
Basquiat, Her love life

Clique aqui para ver o trailer do filme Basquiat

26 março 2009

Andy Warhol e a Pop Art




A Pop Art ( de "popular art" - arte popular) surgiu nos anos 50 na Inglaterra. Não é uma arte feita pelo povo, mas para o povo, ou seja, de massa. Tem tudo a ver com a cultura dos Estados Unidos e do pós-guerra, como a massificação das formas estéticas, voltadas para o consumo. E foi nos EUA que esta corrente artística se tornou mais expressivas com artistas como Andy Warhol.











Esta é uma das obras mais famosas da Pop Art, de Andy Warhol e tem a figura multiplicada da super star Marilyn Monroe. Ela caiu alguns anos atrás no vestibular da Fuvest como tema de redação! Junto com a foto estava esta frase do filósofo Adorno: "em certas pessoas já é um descaramento dizer eu". Qual era o tema da redação então? Discutir a formação da identidade num mundo massificado pelo consumo, que faz com que todas as pessoas tenham a mesma cara, os mesmos gostos, mesmas opiniões...