10 julho 2011

Comfortably Numb

"...Quando eu era criança tive uma visão fugaz
Pelo canto do olho
Eu virei para olhar mas tinha sumido
Eu não pude tocar na ferida
A criança cresceu
O sonho se foi
E eu me tornei
Confortavelmente entorpecido..."
"...Ei você,
Você me ajudaria a carregar a pedra?
Abra seu coração, estou indo para casa

Mas isso era apenas fantasia
O muro era muito alto, como você pode ver
Não importava o quanto ele tentasse, ele não conseguia libertar-se
E os vermes comeram seu cérebro..."
"...O que devemos usar para preencher espaços vazios?
Onde costumávamos falar?
Como devo preencher os últimos lugares?
Como posso completar o muro?...
"...Tem algúem aí fora?
Tem algúem aí fora?
Tem algúem aí fora?
Tem algúem aí fora?..."
"...Você já viu os apavorados?
Você já ouviu as bombas caindo?
Você já se perguntou
Por que tivemos que correr em busca de abrigo
Quando a promessa de um admirável mundo novo
Desfralda sob um limpo céu azul?
Você já viu os apavorados?
Você já ouviu as bombas caindo?
As chamas já estão todas muito distantes
Mas a dor persiste
Adeus céu azul
Adeus céu azul
Adeus..."
"...Então,
Então você acha que consegue distinguir
O paraíso do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir um campo verde
de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?

Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui..."



Wilfredo Lam - La Rumeur de la Terre,1950
 "Bastava um Elmo e uma algibeira cheia de areia para existir em um lugar inóspito... Mas todas as mentes estariam interligadas no reino do sonhar? Recolhendo apenas suas asas de tudo que existiu... Pálida e desalinhada eram as almas na morada dos deuses de barro...Mediante à todas as montanhas que devemos escalar para ser chamados de homens e tudo que acreditamos e que matamos para então a vida nos adaptarmos... Não importa o epílogo... Pois existem coisas simples que nos define em existir..."
Sonia Alves